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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Coisas que as pessoas não sabem: a esquerda colonialista


Coisas que as pessoas não sabem: a esquerda colonialista



A propósito DISTO. Só hoje a li e pensei tratar-se de coisa inquinada pela má-fé e desonestidade. Depois, cheguei à conclusão tratar-se de simples ignorância. Já é tempo das pessoas perderem o atrevimento de falar do que não sabem. É tempo, também, de abrir uns livros. A desmitificação é um dos principais pilares da atitude científica. O Daniel fala muito, escreve mais ainda e opina sobre o que sabe e não sabe. Um dos temas recorrentes do Daniel é o colonialismo. Caramba, Daniel, informe-se e deixe-me que lhe lembre que aquilo a que chama de "colonialismo" é coisa recente, francesa e de esquerda.
A esquerda francesa foi a mais entusiástica defensora da criação do império colonial. Após a queda do II Império, coube a Jules Ferry e ao seu governo republicano incentivar o recobro da energia francesa pela adesão a um programa unificador. Que programa ? Dar um império à França. Quem queria oferecer à França o seu império colonial ? Os banqueiros ? Os produtores de armas ? Não, um homem de esquerda, o pai da Escola laica e influente maçon Jules Ferry.
A direita opunha-se ao império e era anticolonialista por duas razões maiores. Em primeiro lugar, sendo nacionalista, preferia a via do irredentismo (recuperação da Alsácia e da Lorena) ao da subjugação de outros povos. Em segundo lugar, ponderando os custos envolvidos na criação de um império ultramarino, a aventura colonialista seria pura perda de dinheiro. A direita defendia o investimento em França, aprofundando a industrialização, assim como tirar partido dos meios financeiros da banca para facultar empréstimos seguros a outros países europeus, nomeadamente a Rússia, Portugal e a Grécia.
O entusiasmo pelo império não terminou por aí. Foi à esquerda francesa que coube a defesa enérgica da ideia da Missão Civilizadora. Após a Segunda Guerra, Mitterrand e Georges Frêche opuseram-se a quaisquer independências. A OAS chegou a ser apoiada pelos socialistas-radicais na luta contra a traição de De Gaulle de abandono da Argélia Francesa. Há que lembrar estas pequenas coisas a muito papalvo palrador

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