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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Censura e ameaças levam o Brasil de volta aos abomináveis tempos da ditadura


Dita branda

http://ucho.info/censura-e-ameacas-levam-o-brasil-de-volta-aos-abominaveis-tempos-da-ditadura


Para que o Brasil se transforme na versão continental de Cuba falta pouco. Basta que a truculenta Dilma Rousseff vença as eleições e a porção trotskista do PT instale no Palácio do Planalto um Politburo tupiniquim, pois os outros ingredientes já pululam com largueza em nossa querida e amada Botocúndia, a começar pelos atos de censura que a Justiça vem impondo à imprensa nacional.

Repetindo o abominável estilo que marcou a era plúmbea, a Justiça tem ignorado o que reza a Constituição Federal, que em entre as cláusulas pétreas garante que “é livre a manifestação do pensamento, desde que vedado o anonimato”. E a imprensa brasileira é o alvo predileto dos censores modernos.

Então correspondente do “The New York Times” no Brasil, o jornalista Larry Rother quase foi do País após ter noticiado no tabloide nova-iorquino os “bebericos” de Luiz Inácio Lula da Silva. Aconselhado por companheiros e colaboradores mais próximos, o presidente-metalúrgico preferiu manter o direito à bebida e desistiu de expulsar Rother das terras de Macunaíma.

Jornalistas com todas as letras e penas, Boris Casoy foi ejetado da Rede Record apenas porque contrariou os interesses do presunçoso Lula da Silva, que encastelado no comando do País acredita ser uma versão fajuta e requentada de Messias, o salvador da humanidade.

Não faz muito tempo, o editor do ucho.info foi proibido pela Justiça do Rio de Janeiro de citar o nome do banqueiro oportunista DD – agora só assim a ele podemos nos referir – apenas porque o inimigo número 1 do Brasil se sentiu incomodado com as verdades aqui publicadas. E lá se vão mais de quatro anos de censura.

Na sequencia foi a vez de o jornal “O Estado de S. Paulo” ficar impedido de publicar qualquer informação sobre a Operação Boi Barrica (posteriormente batizada de Faktor), da Polícia Federal, que flagrou o empresário Fernando Sarney em estripulias das mais diversas, a começar por sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Em seguida, a blogueira Adriana Vandoni teve o direito de se expressar livremente cassado por decisão do juiz Pedro Sakamoto, de Mato Grosso, que atendeu a um absurdo pedido do deputado estadual José Riva (PP), réu em mais de uma centena de processos judiciais. No rastro de tão arbitrária decisão foram atingidos os jornalistas Enock Cavalcanti e Fábio Pannunzio. Covarde contumaz, Riva usa do poder passageiro da influencia utópica e criminosa para intimidar os jornalistas que o desafiam.

Para não ficar distante do rol das arbitrariedades, a Justiça do Acre, com base na extinta ‘Lei de Imprensa’, determinou a prisão do jornalista Antônio Raimundo Ferreira Muniz, que ousou contrariar o coronelato dos irmãos Viana – Jorge e Tião.

Repórter da Rede Bandeirantes, Fábio Pannunzio foi censurado pela Justiça do Paraná, que o proibiu de citar o nome de uma brasileira casada com o chefe de uma quadrilha internacional de drogas, preso em operação da Interpol.

Por último, o jornalista Hugo Marques, da revista IstoÉ, foi ofendido e ameaçado pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), que não gostou de reportagem sobre um pedido de impugnação de sua candidatura ao governo de Alagoas. Covarde e com lampejos de psicopatia, Collor de Mello só age assim porque está escondido sob o manto de um mandato bisonho, pois sabe que uma reação do jornalista o impedirá de exercer a profissão e de cobrir o cotidiano do Senado Federal. Fosse uma discussão de rua, parecida com as muitas em que o playboy alagoano se envolveu e o poderio financeiro e político de sua família soube abafar, Collor já teria sido linchado.

Tucano de alma e petista por mero interesse, o senador Delcídio Amaral (MS) conseguiu na Justiça Eleitoral do seu estado calar o jornalista Nilson Pereira, que está proibido de citar o nome do parlamentar, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

Como se não bastassem o comportamento intimidatório dos políticos e as decisões truculentas da Justiça, o deputado federal André Vargas (PT-PR), o “Bocão”, secretário de Comunicação do Partido dos Trabalhadores, usou o microblog que mantém no Twitter para ameaçar de morte o deputado Índio da Costa (DEM-RJ), candidato a vice na chapa de José Serra. Inconformado com o retorno à mídia das relações umbilicais entre o PT e as Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc), André Vargas afirmou que, caso o partido tivesse alguma relação com o grupo narco-guerrilheiro, “Índio e sua tribo estariam seqüestrados ou mortos”.

Fora isso, ainda há aqueles que acreditam que Dilma Rousseff nem mesmo em sonho cogita controlar a imprensa brasileira caso arranque das urnas uma vitória.

Diante desse quadro ditatorial, resta ao brasileiro torcer para que Lula da Silva cumpra a promessa de reformar e modernizar os saturados aeroportos em tempo recorde, pois as únicas saídas para a ditadura que se anuncia serão o Galeão e Cumbica.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Espaço Nerd: Rammstein no Brasil

Espaço Nerd: Rammstein no Brasil: "Agora é para valer. Preparem os bolsos que este show é imperdível! RAMMSTEIN “Liebe ist für alle da” World Tour Data: 30 de Novembro de 2..."

Salários e subsistência

[Este artigo foi extraído do capítulo XXI de Ação Humana]

A vida do homem primitivo era uma luta incessante contra a insuficiência de meios de subsistência fornecidos pela natureza. Nesse esforço desesperado para sobreviver, muitos indivíduos e famílias inteiras, tribos e raças, sucumbiram. O homem primitivo esteve sempre ameaçado pelo espectro da fome e da morte. A civilização nos livrou desses perigos. A vida humana é ameaçada dia e noite por inúmeros perigos; pode ser destruída a qualquer momento por forças naturais que estão fora de nosso controle ou pelo menos não podem ser controladas no atual estágio do nosso conhecimento e de nossa capacidade. Mas o horror da morte pela fome já não aterroriza os que vivem na sociedade capitalista. Quem puder trabalhar, pode ganhar muito mais do que o necessário à mera subsistência.

Existem, evidentemente, pessoas inválidas, incapazes de trabalhar. Existem também os incapacitados que só podem realizar certas tarefas e cuja incapacidade os impede de ganhar tanto quanto um trabalhador normal; às vezes, o que ganham é tão pouco que não é sequer suficiente para a sua própria manutenção. Essas pessoas só podem subsistir se outras pessoas as ajudarem. O parente mais próximo, os amigos, a caridade dos benfeitores e dos donativos, a assistência pública comunal cuidam dos destituídos. Quem vive da caridade alheia não contribui para o processo social de produção; são pessoas incapazes de prover os seus próprios meios de subsistência; vivem porque outras pessoas se ocupam delas. Os problemas de assistência à pobreza são problemas que dizem respeito ao consumo e não à produção. Por esse motivo, escapam ao âmbito de uma teoria da ação humana que se ocupa apenas com a provisão dos meios necessários ao consumo e não com a maneira como esses meios são consumidos. A teoria cataláctica lida com os métodos adotados para sustentar os destituídos por meio da caridade apenas na medida em que possam afetar a oferta de trabalho. As políticas para aliviar a pobreza têm servido, algumas vezes, para estimular a relutância ao trabalho e o ócio de pessoas perfeitamente capazes e saudáveis.

Na sociedade capitalista prevalece uma tendência de contínuo aumento da quota de capital investido per capita. A acumulação de capital ultrapassa o aumento demográfico.

Consequentemente, a produtividade marginal do trabalho, os salários reais e o padrão de vida dos assalariados tendem a aumentar continuamente. Mas essa melhoria no bem-estar não é uma indicação da existência de uma lei inexorável da evolução humana; é uma tendência que resulta da interação de forças que só podem produzir seus efeitos no regime capitalista. É possível - e se considerarmos a orientação das políticas atuais é até provável - que o consumo de capital, por um lado, e um aumento ou uma insuficiente diminuição nos números demográficos, por outro, provoquem uma reversão dessa situação. Pode ser, então, que os homens aprendam de novo o que significa morrer de fome e que a relação entre a quantidade de bens de capital disponíveis e os números demográficos tornem-se desfavoráveis a ponto de fazer com que uma parte dos trabalhadores ganhe menos do que o necessário para sua mera subsistência. A simples aproximação de uma tal situação provocaria, certamente, dissenções irreconciliáveis na sociedade, conflitos cuja violência resultaria na desintegração dos laços sociais. A divisão social do trabalho não pode ser preservada, se parte dos membros da sociedade está condenada a ganhar menos do que o necessário para sobreviver. A noção de um mínimo de subsistência ao qual alude a "lei de ferro dos salários", e que os demagogos repetem frequentemente, não tem serventia na formulação de uma teoria cataláctica da determinação dos salários. Um dos pilares sobre os quais repousa a cooperação social é o fato de que o trabalho realizado segundo o princípio da divisão do trabalho é tão mais produtivo do que os esforços de indivíduos isolados, que as pessoas saudáveis e normais não se sentem atormentadas pelo espectro da fome que ameaçava constantemente os seus antepassados. Numa comunidade capitalista, o mínimo de subsistência não representa nenhum papel do ponto de vista cataláctico.

Além do mais, a noção de um mínimo de subsistência carece da precisão e do rigor científicos que geralmente se lhe atribuem. O homem primitivo, melhor ajustado a uma existência mais animal do que humana, podia sobreviver em condições que seriam insuportáveis para os seus delicados descendentes, mimados que foram pelo capitalismo. Não existe o que se possa chamar de um mínimo de subsistência, biológica ou fisiologicamente determinados, válido para qualquer exemplar da espécie zoológica homo sapiens. A ideia de que é necessária uma quantidade específica de calorias para manter um homem saudável e reprodutivo, e de que uma quantidade adicional reporia as energias gastas no trabalho, é insustentável. Esses conceitos, que talvez interessem à criação de gado ou à vivissecção de cobaias, não ajudam o economista a compreender os problemas da ação humana consciente.

A "lei de ferro dos salários" e a essencialmente idêntica doutrina marxista segundo a qual a determinação do "valor da força de trabalho" é dada pelo "tempo de trabalho necessário à sua produção e, consequentemente, também à sua reprodução"8 são as noções menos defensáveis de tudo quanto jamais foi formulado no campo da cataláxia.

Apesar disso, é possível atribuir algum sentido às ideias implícitas na lei de ferro dos salários. Se considerarmos o assalariado como um simples semovente e acreditarmos que esse é o seu papel na sociedade; se supusermos que não aspira a mais do que comer e reproduzir-se e que desconhece qualquer outra maneira de utilizar o que ganha, podemos considerar a lei de ferro como uma teoria da determinação dos salários. Na realidade, os economistas clássicos, por estarem bloqueados pela esterilidade da sua própria teoria do valor, não foram capazes de conceber outra solução para esse problema. Que o preço natural do trabalho fosse aquele que permitisse ao assalariado subsistir e perpetuar a raça, sem aumento ou diminuição, era a conclusão lógica, inescapável, a que teriam de chegar Torrens e Ricardo, a partir da insustentável teoria do valor que defendiam. Mas quando seus epígonos perceberam que não podiam mais aceitar tal lei manifestamente absurda, modificaram-na pelo recurso a uma complementação que implicava em abandonar completamente qualquer possibilidade de explicar economicamente a determinação dos salários. Tentaram preservar a noção tão acalentada de um mínimo de subsistência, substituindo o conceito do mínimo fisiológico pelo conceito do mínimo "social". Já não falavam mais de um mínimo necessário à subsistência do trabalhador e à preservação da oferta de mão de obra. Em vez disso, referiam-se ao mínimo necessário para preservação de um padrão de vida consagrado pela tradição histórica e pelos costumes e hábitos adquiridos no passado. Quando a experiência quotidiana já mostrava de maneira inequívoca que no regime capitalista os salários reais e o padrão de vida dos assalariados estavam em contínua ascensão; quando já se tornava cada vez mais evidente que as muralhas que separavam as diversas camadas da população não podiam mais ser preservadas, porque a melhoria das condições dos trabalhadores industriais estava arrasando com os velhos conceitos de classe e posição social, esses visionários proclamavam que são os costumes tradicionais e as convenções sociais que determinam o nível dos salários. Só pessoas cegas por ideias preconcebidas e por preconceitos partidários poderiam recorrer a tal explicação numa época em que a indústria supre as massas com novas mercadorias, até então desconhecidas, e torna acessível ao trabalhador médio satisfações com as quais, no passado, nenhum rei poderia sequer sonhar.

Não há nada de especialmente extraordinário no fato de que a Escola Historicista Alemã dos wirtschaftliche Staatswissenschaften considerasse os salários, tanto quanto os preços das mercadorias e as taxas de juro, como "categorias históricas", nem tampouco no fato de que, para tratar do tema salários, recorresse ao conceito de "renda adequada à posição hierárquica do indivíduo na escala das classes sociais". A característica essencial dos ensinamentos dessa escola foi a de ter negado a existência da ciência econômica e ter pretendido substituí-la pela história. Mas o surpreendente é que nem Marx nem os marxistas tenham percebido que, ao endossarem essa doutrina espúria, estavam contribuindo decisivamente para solapar as bases do assim chamado sistema econômico marxista. Quando os artigos e as monografias publicados na Inglaterra no início da década de 1860 tornaram evidente que não era mais possível ater-se obstinadamente à teoria salarial dos economistas clássicos, Marx modificou sua teoria sobre o valor da contribuição do trabalho. Declarou então que "a extensão das assim chamadas necessidades naturais e a maneira pela qual serão atendidas são em si mesmas produto da evolução histórica" e "dependem em grande parte do grau de civilização atingido por um determinado país e, sobretudo, das condições, costumes e exigências de padrão de vida nos quais foi formada a classe trabalhadora". Assim sendo, "um elemento de natureza histórica e moral intervém decisivamente na determinação do valor do trabalho". Contudo, Marx se contradiz e confunde o leitor quando acrescenta que "para um determinado país, num momento dado, a quantidade média das necessidades vitais indispensáveis são um fato dado".[1] O que tem em mente já não são mais as "necessidades vitais indispensáveis", mas tudo aquilo considerado indispensável segundo os hábitos e costumes tradicionais, ou seja, os meios necessários para preservação de um padrão de vida adequado à situação do trabalhador na hierarquia social tradicional. Ao recorrer a essa definição, Marx virtualmente renuncia a qualquer explicação econômica ou cataláctica da determinação dos salários. Já não são considerados um fenômeno de mercado, mas um fator cuja origem nada tem a ver com a interação das forças que atuam no mercado. Apesar disso, mesmo aqueles que acreditam que os salários efetivamente pagos e recebidos são um dado externo ao mercado, e a ele imposto, não podem deixar de formular uma teoria que explique a determinação dos salários como o resultado das valorações e decisões dos consumidores. Sem tal teoria cataláctica dos salários, nenhuma análise econômica do mercado pode ser completa e satisfatória do ponto de vista lógico. Não faz o menor sentido circunscrever as explicações catalácticas à determinação dos preços das mercadorias e às taxas de juros, e aceitar os salários como um dado histórico. Uma teoria econômica, digna desse nome, não se pode contentar com a afirmativa de que os salários são determinados por um "elemento de natureza histórica e moral". A função mais importante da ciência econômica é precisamente a de explicar as relações de troca ocorridas nas transações de mercado como fenômenos de mercado cuja determinação está sujeita a uma regularidade na concatenação e sequência dos eventos. É exatamente isso que distingue a concepção econômica da compreensão histórica, que distingue a teoria da história.

Podemos facilmente examinar uma situação histórica na qual os salários sejam impostos ao mercado, pelo recurso à compulsão e à coerção. Tal fixação coercitiva dos salários é um traço marcante nas políticas intervencionistas de nosso tempo. Mas, em relação a esse estado de coisas, cabe à economia investigar as consequências provocadas por essa disparidade entre os dois salários: de um lado, o salário potencial que seria fixado no mercado livre pela interação da oferta e da procura por mão de obra; do outro lado, o salário imposto às partes contratantes pela compulsão e coerção, externas ao mercado.

É verdade que os assalariados estão convencidos de que os salários devem ser suficientes para, pelo menos, permitir que mantenham um padrão de vida compatível com a sua posição na hierarquia da escala social. Cada trabalhador individualmente tem a sua própria opinião sobre que reivindicações tem o direito de postular em função de "status", "posição", "tradição" e "costume", da mesma maneira que tem opinião própria quanto à sua eficiência e à sua produtividade. Mas tais pretensões e tal julgamento em causa própria não têm qualquer relevância no que diz respeito à determinação dos salários. Não provocam o aumento nem a diminuição dos salários. O assalariado terá, às vezes, de se contentar com muito menos do que, em sua opinião, é adequado à sua posição e à sua eficiência. Se lhe é oferecido mais do que esperava, embolsa a diferença sem hesitação. A era do laissez-faire, quando deveria estar em plena vigência a lei de ferro e a doutrina marxista da determinação histórica dos salários, assistiu a uma progressiva, embora às vezes temporariamente interrompida, tendência de aumento dos salários reais. O padrão de vida dos assalariados elevou-se a um nível sem precedentes na história, nunca antes imaginado. Os sindicatos querem que os salários nominais aumentem pelo menos na mesma proporção da queda do poder aquisitivo da unidade monetária, de maneira a garantir que o padrão de vida dos assalariados não diminua. Julgam-se com esse direito, mesmo quando em tempo de guerra ou quando diante de medidas adotadas para financiarem o esforço de guerra; na opinião deles, nem a inflação, nem a carga fiscal, mesmo em tempo de guerra, deveriam afetar o salário líquido real dos assalariados. Essa doutrina implica tacitamente na tese do Manifesto comunista, segundo a qual "a classe trabalhadora não tem pátria" e não tem "nada a perder, a não ser os seus grilhões"; consequentemente, permaneceria neutra nas guerras empreendidas pelos exploradores burgueses e não se importaria se o seu país fosse vencedor ou vencido. Não cabe à economia analisar tais afirmativas. Cabe-lhe apenas proclamar o fato de que não importa qual seja a justificativa invocada em favor da imposição de salários maiores do que os que seriam determinados no mercado não obstruído. Se, em decorrência dessas reivindicações, os salários reais se elevam acima do nível compatível com a produtividade marginal dos vários tipos de trabalho em questão, as inevitáveis consequências surgirão, qualquer que seja a filosofia subjacente.

Rememorando a história do gênero humano desde a aurora da civilização até os nossos dias, pode-se dizer que, em termos gerais, a produtividade do trabalho multiplicou-se, uma vez que os membros de uma nação civilizada produzem hoje muito mais do que os seus ancestrais. Mas esse conceito de produtividade do trabalho em geral é desprovido de qualquer significação praxeológica ou cataláctica, e não é passível de ser expresso em termos numerários; ainda menos admissível é usá-lo para explicar os problemas de mercado.

O sindicalismo de nossos dias usa um conceito de produtividade do trabalho formulado deliberadamente com o propósito de fornecer uma justificativa ética às pretensões sindicais. Define produtividade como sendo o valor total de mercado, em termos de moeda, que é acrescido aos produtos em virtude do processo produtivo (seja de uma firma, de todas as firmas ou de um setor de atividade) dividido pelo número de trabalhadores empregados na respectiva produção, ou então, como sendo a produção (de uma firma ou de um setor) por homem/hora trabalhada. Comparando as grandezas assim calculadas para o início e o fim de um determinado período de tempo, denominam de "aumento de produtividade do trabalho" a diferença pela qual a segunda cifra supera a primeira; e proclamam que essa diferença, de direito, pertence inteiramente aos trabalhadores. Exigem que esse montante seja inteiramente acrescido aos salários que os trabalhadores recebiam no início do período. Diante dessas reivindicações dos sindicatos, os empregadores, em sua maior parte, não contestam a doutrina subjacente e não questionam o conceito de produtividade do trabalho adotado. Aceitam-no implicitamente ao salientar que os salários já aumentaram muito, ou até mesmo mais do que o aumento de produtividade calculado dessa maneira.

Ora, esse modo de calcular a produtividade do trabalho realizado pelos operários de uma firma ou de uma indústria é inteiramente falacioso. Mil homens trabalhando quarenta horas por semana numa moderna fábrica americana de sapatos produzem m pares de sapatos por mês. Mil homens trabalhando com as ferramentas antiquadas em pequenas oficinas em algum país subdesenvolvido da Ásia produzem, no mesmo período de tempo, mesmo trabalhando mais de quarenta horas por semana, muito menos do que m pares. A diferença de produtividade entre os Estados Unidos e a Ásia, calculada segundo o critério adotado pela doutrina sindical, é enorme. Certamente, essa diferença não pode ser imputada às virtudes inerentes ao trabalhador americano. Ele não é mais diligente, esmerado, habilidoso e inteligente que os asiáticos. (Podemos até mesmo admitir que os operários de uma fábrica moderna realizem tarefas bem mais simples do que as necessárias para fazer um sapato à mão usando-se apenas ferramentas antiquadas). A superioridade da fábrica americana se deve inteiramente à superioridade de seu equipamento e à maneira equilibrada com que o empresário a dirige. O que impede os empresários dos países atrasados de adotarem os métodos americanos de produção é a falta de capital acumulado e não qualquer insuficiência de seus trabalhadores.

No início da "revolução industrial", as condições no Ocidente não eram muito diferentes do que são hoje no Oriente. A mudança radical de condições que propiciaram às massas o atual padrão de vida (um alto padrão, sem dúvida, quando comparado com o pré-capitalista ou com as condições soviéticas) é fruto do capital acumulado pela poupança, investido criteriosamente por um empresário competente. Nenhum progresso tecnológico teria sido possível se os bens de capital adicionais, necessários à utilização prática das novas invenções, já não estivessem disponíveis graças à poupança previamente realizada.

Embora os trabalhadores, na qualidade de trabalhadores, não tenham contribuído e nem contribuam ao aperfeiçoamento do sistema de produção, são eles (numa economia de mercado não sabotada pela interferência governamental ou pela violência sindical) os que mais se beneficiam do progresso material resultante, tanto na sua condição de trabalhadores como na de consumidores.

O que deslancha a cadeia de ações que resulta na melhoria das condições econômicas é a acumulação de novos capitais através da poupança. Esses recursos adicionais tornam possível a execução de projetos que, pela falta de bens de capital, não puderam ser executados anteriormente. Os empresários, ao procurarem adquirir os fatores de produção necessários à realização de novos projetos, competem com aqueles cujos projetos já estão em operação. No seu afã de conseguir a quantidade necessária de matéria prima e mão de obra, provocam uma alta de preços e de salários. Assim sendo, os assalariados, já no início do processo, se beneficiam com a abstenção de consumo praticada pelos poupadores. Mais adiante, no curso do processo, são novamente beneficiados, desta vez como consumidores, pela queda nos preços que o aumento de produção tende a provocar.

A economia descreve assim o resultado final dessa cadeia de mudanças: um aumento do capital investido resulta, mantida estável a população economicamente ativa, num aumento da utilidade marginal do trabalho e, portanto, dos salários. O que eleva os salários é um crescimento do capital superior ao crescimento populacional, ou, em outras palavras, um aumento no capital investido per capita. No mercado livre, os salários tendem sempre a igualar a produtividade marginal de cada tipo de trabalho, ou seja, tendem a igualar o valor acrescido, ou subtraído, ao valor da produção correspondente à contratação, ou à dispensa, de um trabalhador. Por esse valor, todos os que desejarem encontrarão emprego, e todos os que precisarem contratar trabalhadores encontrarão tantos quantos queiram. Se os salários forem aumentados acima desse valor de mercado, será inevitável o desemprego de uma parte da força de trabalho; pouco importa qual seja a doutrina adotada para justificar a imposição de salários superiores aos salários que o mercado determinaria.

Os salários, em última análise, são determinados pelo valor que os concidadãos atribuem aos serviços prestados pelos assalariados. O trabalho é avaliado como uma mercadoria, não porque os empresários e os capitalistas sejam duros e insensíveis, mas porque estão incondicionalmente sujeitos à supremacia dos consumidores, cuja imensa maioria, hoje, é composta de assalariados. Os consumidores não estão dispostos a satisfazer a pretensão, a presunção e a vaidade de ninguém; querem ser servidos da maneira melhor e mais barata possível.

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[1] Ver Marx, Das Kapital, p. 134. O termo usado por Marx, aqui traduzido como "necessidades vitais", éLebensmittel. O dicionário Muret-Sanders (16. edição) traduz este termo como "artigos de alimentação, provisões, víveres, comida".

Tradução de Donald Stewart Jr.

Ludwig von Mises foi o reconhecido líder da Escola Austríaca de pensamento econômico, um prodigioso originador na teoria econômica e um autor prolífico. Os escritos e palestras de Mises abarcavam teoria econômica, história, epistemologia, governo e filosofia política. Suas contribuições à teoria econômica incluem elucidações importantes sobre a teoria quantitativa de moeda, a teoria dos ciclos econômicos, a integração da teoria monetária à teoria econômica geral, e uma demonstração de que o socialismo necessariamente é insustentável, pois é incapaz de resolver o problema do cálculo econômico. Mises foi o primeiro estudioso a reconhecer que a economia faz parte de uma ciência maior dentro da ação humana, uma ciência que Mises chamou de "praxeologia".

DOIS EM CENA: De arrepiar

DOIS EM CENA: De arrepiar: "Por Coturno Noturno Dirigente petista declara que fariam o que as FARC fazem: sequestro e morte. Contra quem? Indio e sua Tribo. André Va..."

Democracia suja

A democracia é a pior forma de governo, exceto todas as outras que têm sido tentadas de tempos em tempos”, disse Churchill. O filósofo Popper compreendia que o grande valor da democracia não estava em sua capacidade de escolha em si, mas sim na possibilidade de eliminar erros de forma pacífica, sem o derramamento de sangue típico das revoluções. O economista austríaco Mises concordava: “A democracia é aquele forma de constituição política que torna possível a adaptação do governo aos anseios dos governados sem lutas violentas.” Mas, se há a compreensão de que a escolha da maioria não é a “voz de Deus”, e que o grande valor da democracia está mais em sua possibilidade de rejeitar absurdos do que em garantir decisões justas e sensatas, então fica claro que limites devem ser impostos ao próprio modelo democrático. A alternativa é cair numa simples “tirania da maioria”, tantas vezes manipulada por oportunistas de plantão, demagogos que exploram as emoções momentâneas das massas para concentrar cada vez mais poder.

Os “pais fundadores” dos Estados Unidos temiam exatamente isso, e este foi o motivo para terem defendido uma República constitucional com claros limites ao poder estatal. Um mecanismo eficiente de pesos e contrapesos deve impedir o abuso de poder, assim como sua descentralização é crucial para preservar a liberdade. A democracia não deve se transformar num simples plebiscito entre dois lobos e uma ovelha decidindo qual o jantar do dia.

Infelizmente, esta lição nunca foi bem absorvida abaixo da linha do Equador, e tem sido mais ignorada ainda durante o governo Lula. Nunca antes na história deste país se viu tanto abuso de poder político durante uma eleição.

O próprio presidente virou garoto propaganda de sua candidata, utilizando a máquina estatal para fazer campanha escancarada à luz do dia. Para agravar a situação, o presidente foi multado várias vezes pelo TSE, mas ridicularizou as punições, fazendo escárnio das leis do país que governa. O desrespeito às regras do jogo é total. A democracia pode ser usada para sua própria destruição, como inúmeros exemplos históricos atestam.

Não custa lembrar que o partido nacionalsocialista foi eleito na Alemanha, na década de 1930. Na América Latina temos diversos casos de regime sautoritários nascidos de democracias frágeis. Foi o caso do governo Allende no Chile, ou do caudilho Chávez mais recentemente, na Venezuela. O país já vive sob uma quase-ditadura em que opositores são presos arbitrariamente.

Como sabemos, o presidente Lula acredita que há “excesso de democracia” nesse país, onde a liberdade individual é item cada vez mais escasso. Para alguns, a democracia não passa de uma farsa necessária para tomar o poder.

O escritor venezuelano Carlos Rangel fez um relato sucinto sobre alguns importantes pilares da democracia, constatando que o marxismoleninismo sempre será incompatível com ela: “A democracia é, por sua própria natureza, um sistema no qual o poder está repartido, fragmentado, disperso. A democracia apoia-se no postulado, explícito em todas as Constituições democráticas, de que o poder não deve jamais estar concentrado; e na premissa do respeito às opiniões, aos interesses e até aos preconceitos das minorias”. Em suma, o espírito democrático está aber to a questionamentos constantes, respeitando as divergências das minorias e a investigação imparcial.

Quando pensamos nos constantes ataques à imprensa que o governo Lula já fez, com claras tentativas de controle dos meios de comunicação; quando pensamos no uso da Receita Federal para fins partidários, ignorando a Constituição para invadir a privacidade dos cidadãos; quando pensamos no “mensalão”, uma tentativa de concentrar o poder no PT comprando quase todo o Congresso; quando pensamos em várias declarações feitas pelo presidente ao lado dos piores ditadores que o mundo já viu; ou quando pensamos no abuso da máquina estatal para fazer campanha partidária, temos todo direito de questionar qual o verdadeiro apreço do PT pelo regime democrático.

A democracia jamais será perfeita. Sempre haverá conflito de interesses, necessidade de concessões e pressão de grupos organizados. Mas, se desejamos salvá-la de golpes autoritários, devemos preserv ar alguns princípios básicos .

Quando tudo é permitido em nome do “jogo democrático”, então é porque a democracia já fracassou e está em fase de degeneração rumo à tirania. Cabe ao povo resgatá-la nas urnas, rejeitando aqueles que tentam subverter o próprio processo democrático.

Fonte: Jornal “O Globo” – 27/07/10

autor Rodrigo Constantino http://www.imil.org.br/artigos/democracia-suja/

DOIS EM CENA: SAKINEH MOHAMMADI ASHTIANI

DOIS EM CENA: SAKINEH MOHAMMADI ASHTIANI: "28/07/10 - 20:30 por Rafael Moraes Moura, de O Estado de S. PauloLula diz que não intercederá por iraniana condenada a apedrejamentoclamar p..."

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segunda-feira, 26 de julho de 2010

CARGA TRIBUTÁRIA ELEVADA E BUROCRACIA: PARA QUÊ?

CARGA TRIBUTÁRIA ELEVADA E BUROCRACIA: PARA QUÊ?


HEITOR DE PAOLA


25/07/2010


Muito se tem escrito sobre estes fenômenos que crescem assustadoramente em todo o mundo, particularmente no nosso País, onde a carga tributária atinge algo em torno de 40% e a burocracia emperra todas as tentativas de abrir um negócio – ou, pior ainda, de fechá-lo. São necessários mais de 100 documentos, cada um com dúzias de carimbos, e um gasto absurdo em dinheiro. Além disto, o tempo de espera é enorme e freqüentemente são feitas novas exigências, e novos custos. O governo combate o chamado comércio ilegal. Ora, qual a diferença entre comércio legal e ilegal? Os primeiros pagam impostos, só isto! A população é iludida para se sentir protegida se compra mercadorias ‘legais’, com ‘controle de qualidade’ governamental, ’prazos de validade’ - rótulos ou embalagens que podem facilmente ser trocados e por um passe de mágica passam a ter mais validade! Os brasileiros, acostumados desde o Império, aos rígidos controles de suas vidas e à derrama, aplaudem a cada nova regulamentação e até pedem mais, como aconteceu recentemente com a tal ‘lei ficha limpa’ (ou suja, sei lá!), através da qual os eleitores entregam seu direito inalienável de escolher os governantes a um grupo de cidadãos, supostamente mais honestos do que os políticos, os Desembargadores que mais embargam do que desembargam, e os Procuradores que só encontram o que lhes interessa. E lá vem mais: a lei das cadeirinhas para crianças, a ditadura da ‘alimentação sadia’ e o rígido controle sobre medicamentos.


As discussões a respeito dos tributos e da burocracia se limitam, via de regra, a intermináveis discussões econômicas, eventualmente aspectos políticos são abordados. Mas o problema não é econômico, nem político, nem social: é ideológico. Quando a população acredita que vai acabar com a corrupção dando mais poder aos poderosos – como no caso da tal lei – está cavando mais fundo a sepultura de sua própria liberdade, pois a única possibilidade de diminuir a corrupção é diminuir o poder e tamanho do Estado. A cada novo acréscimo de poder, mais próximos do estado totalitário desenhado por Marx e seguidores.


Discutir este assunto sem saber qual é verdadeira meta do Estado é correr o risco de ficar andando em círculos. Ao definir a passagem do Estado Socialista para o futuro Estado Comunista, Marx ressaltou que a diferença fundamental seria passar de um Estado em que imperasse a cada um de acordo com seu trabalho, para outro mais desejável no qual imperariaa cada um segundo suas necessidades. Enquanto o primeiro inclui necessariamente algum esforço, o segundo acena com um estado de coisas paradisíaco ou nirvânico no qual todos terão suas necessidades atendidas. Este estado já foi atingido pelos próprios detentores do poder: os mais iguais entre os ‘iguais’ (apud Orwell).


Para eles a teoria marxista deu certo! Conseguiram recriar o estado aristocrático de parasitas tão indolentes quanto inúteis! Constituem o verdadeiro fim a que se propõe a ideologia e a práxis comunista: a constituição de uma Nova Classe. Como bem o disse Milovan Djilas: “Em contraste com as antigas revoluções, a comunista, feita em nome da extinção das classes, resultou na mais completa autoridade de uma nova e única classe”. Alegando construir, “um mundo melhor possível”, uma sociedade nova, ideal, mais justa, “construíram-na para si mesmos do melhor modo que puderam”. A Nova Classe “se interessa pelo proletariado e pelos pobres apenas na medida em que eles lhes são necessários para o aumento da produção (...) o monopólio que, em nome da classe trabalhadora, se estabelece sobre toda a sociedade, é exercido principalmente sobre esta mesma classe trabalhadora”. A Nova Classe se apropria de todos os bens pela nacionalização e estatização, tornando-se uma classe exploradora.


Bruno Rizzi, dentro de ponto de vista ainda marxista, mostra que “os exploradores não se apropriam da mais-valia diretamente, como o faz o capitalista quando embolsa os dividendos de sua empresa. Fazem-no indiretamente através do Estado, que embolsa a mais-valia nacional e a distribui, então, aos seus funcionários”. Estes funcionários constituem a Nomenklatura (apud Voslensky): uma classe de exploradores e de privilegiados. Foi o poder que lhe permitiu ascender à riqueza e não a riqueza que lhes proporcionou o poder.


É claro que é preciso continuar iludindo a população de que estamos construindo a ‘democracia’ e a ‘cidadania’ (seja lá o que for que isto signifique!) e que comunismo é outra coisa, aquele mundo horrível conduzido por Stalin com mão de ferro. Já estamos nele hoje, não é uma promessa de futuro. Esta nova classe inclui os funcionários dos três poderes, das estatais, os grandes empresários metacapitalistas que vivem das tetas estatais, os donos de cartórios&nbspe toda a burocracia estadual e municipal.


E para acabar com isto não há solução nas próximas eleições: todos os candidatos, sem exceção, pertencem à Nova Classe e vão fortalecê-la ainda mais, não se iludam.


Artigo para ser publicado no Jornal Inconfidência, Belo Horizonte, MG

http://www.heitordepaola.com/

sábado, 24 de julho de 2010

Racismo Legalizado? Parece que sim...


http://movimentoordemvigilia.blogspot.com/2010/07/um-estado-racial.html

Um Estado Racial

Posted: 23 Jul 2010 02:26 PM PDT

Ou o artigo 5º da Constituição Federal foi revogado ou o Estatuto da Igualdade Racial é inconstitucional. Não há outra hipótese. O conflito entre a lei maior e o Estatuto aprovado em junho e sancionado na semana passada pelo presidente da República é evidente.

Embora tenha sido amenizado pela Comissão de Justiça do Senado, por esforço do senador Demóstenes Torres, que tratou, entre outras coisas, de eliminar o conceito de “raça” (substituindo-o por “cor”), os sistemas de cotas para entrada nas universidades públicas em órgãos de administração pública e para papéis em produções de TV, e um particularíssimo conceito de saúde que criava no SUS um organismo destinado apenas ao estudo e tratamento de doenças dos “afro-descendentes” (conceito também extirpado do texto ), o fato é que o Estatuto estabelece oficialmente a existência de apenas dois tipos de pessoas no Brasil: os brancos, e a “população negra”.A mestiçagem histórica da população brasileira desapareceu da vida real.Embora os negros sejam, de acordo com o IBGE, 6% da população brasileira, essa classificação, pelo Estatuto, fez desaparecer os pardos, que constituem 41% da população.`Por lei, agora, a miscigenação não existe.

Sob o pretexto de tratar desigualmente os desiguais, o Estatuto investe também contra o artigo 19 da Constituição Federal, que diz: “É vedado,à União, aos Estados e aos Municípios, criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si”.Um dos artigos da lei racialista, dá garantia de moradia à população negra de favelas; embora seja pura retórica, o artigo estabelece um direito discriminatório, pois não dá à parcela branca e pobre que habita as favelas o mesmo direito que dá aos moradores negros.Esse é apenas um exemplo da discriminação às avessas que a lei implanta e estabelece.

Mesmo na África do Sul, que foi vítima do brutal e odioso regime de apartheid,e onde a população negra foi esmagada pelo colonizador branco durante muitos anos, o sinal para a sonhada reconciliação, está no espírito da Carta da Liberdade de Nelson Mandela, que o Congresso do Povo aprovou em 1955: “Os direitos do povo serão os mesmos,independente de raça,cor ou sexo”.

A instituição de políticas raciais nos Estados Unidos, depois do fim da escravidão, produziu resultados desprezíveis, e serviu apenas para consolidar a divisão racial, a tal ponto que a Suprema Corte, há menos de dois anos, declarou inconstitucionais as políticas de acesso ao sistema educacional baseadas em critérios raciais.

Como já se comprovou, o conceito de raça é uma inconsistência científica, e tentar impor à sociedade conceitos de justiça baseados numa falácia, tende a trazer resultados desastrosos.Não por acaso este era o sonho de Martin Luther King: “Eu tenho o sonho que meus quatro filhos pequenos viverão um dia numa nação na qual não serão julgados pela cor de sua pele,mas pelo conteúdo de seu caráter”.

O presidente da Suprema Corte dos EUA,John G.Roberts Jr.,foi mais definitivo e lapidar.Em seu voto a favor da revogação das políticas de favorecimento racial no acesso á educação, disse: “O caminho para acabar com a discriminação baseada na raça é acabar com a discriminação baseada na raça”.

Sandro Vaia é jornalista. Foi repórter, redator e editor do Jornal da Tarde, diretor de Redação da revista Afinal, diretor de Informação da Agência Estado e diretor de Redação de “O Estado de S.Paulo”. É autor do livro “A Ilha Roubada”, (editora Barcarolla) sobre a blogueira cubana Yoani Sanchez.. E.mail: svaia@uol.com.br

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Ladeira abaixo

Dora Kramer, dora.kramer@grupoestado.com.br - O Estado de S.Paulo

O PT é assim: bate como gente grande, mas quer ser tratado com carinhos reservados aos pequenos.

Quando apanha, se diz vítima da injustiça, do preconceito, do udenismo, do conservadorismo, do moralismo, dos conspiradores, dos golpistas, das elites e de quem ou do que mais se prestar ao papel de algoz na representação do bem contra o mal, do fraco contra o forte que o partido encena há anos.

Sempre no papel de mocinho, evidentemente, embora desde que assumiu o poder tenha mostrado especial predileção pela parte do roteiro que cabe ao bandido.

Luiz Inácio da Silva é mestre nessa arte, exercitada ao longo de quatro candidaturas presidenciais e muito aprimorada nestes quase oito anos de Presidência da República.

Tanto que ao longo desse tempo se consolidou na política uma linha de pensamento segundo a qual o contra-ataque significa insidiosa radicalização que só pode render malefícios aos seus autores.

Em miúdos: o adversário tem de apanhar calado; se ousar se defender pagará o atrevimento com a condenação geral e consequentemente com a derrota político-eleitoral.

Por essa lei a oposição teria de assistir quieta ao presidente usar dois anos de seu mandato como cabo eleitoral, sem "judicializar" a política com ações por campanha eleitoral antecipada.

Deveriam todos ouvir calados os desaforos que sua excelência diz contra quem bem entende quando contrariado, o que, na concepção dele, significa afrontado.

A Justiça, acionada pelo adversário, deveria atribuir tudo "à guerra eleitoral" e ignorar a existência de leis só porque ao juízo do partido no poder essas leis são retrógradas e atrapalham a marcha do espetáculo do crescimento da hegemonia política, social, ideológica e até cultural do PT e adjacências.

Pela norma referida acima a oposição deveria se comportar com toda a fidalguia durante o processo eleitoral, aceitando como verdadeiras todas as aleivosias do adversário.

Como se já não bastasse o tempo que a oposição deixou que o presidente eleito para "mudar" se apropriasse de todas as suas obras para governar e ainda as tachasse de "herança maldita" para efeito de se manter sempre na investidura do "bem".

Pois chegou a campanha eleitoral e a oposição resolveu enfrentar Lula. Pagou para ver se é perigoso mesmo dar o troco na mesma moeda: dizer umas meias-verdades por aí, carimbar umas perfídias na testa do adversário, manipular emoções do eleitorado, manejar ideias preconcebidas, despertar instintos adormecidos, jogar duro e, quando necessário, baixo.

Como quem tivesse desistido de andar na linha num embate onde o outro lado não preserva escrúpulos.

Se será beneficiada ou se isso lhe renderá malefício, é o eleitor quem dirá.

Agora, o que não soa verossímil é a versão da candidata Dilma Rousseff de que está "assustada" com as reações do adversário José Serra e que por nada neste mundo alguém a fará "baixar o nível".

Quanta delicadeza e civilidade.

Ao que se sabe Dilma Rousseff não se assusta com nada. Enfrenta a tudo e a todos, ironiza os "homens meigos" que lhe criticam os modos bruscos no trato cotidiano, reivindica para si a responsabilidade de coordenar todas as ações de governo e leva um susto com palavras mais duras?

No quesito "nível" não parece que haja nada mais baixo que um presidente da República que desacata as leis e a Constituição e fala palavrões em público.

Evidente que a cena do candidato a vice de José Serra provocando o adversário para que "explique" suas ligações com o narcotráfico, o Comando Vermelho e as guerrilhas colombianas não é edificante.

Muito melhor que no lugar disso Serra e Dilma estivessem dizendo ao País como é mesmo que pretendem dar combate à bandidagem e levar segurança ao público.

Justiça seja feita ao tucano, começou a campanha todo lhano, atribuindo até ao presidente atributos de divindade acima do bem e do mal.

Mas Lula não aceitou a esgrima como forma de luta. Preferiu a força bruta do vale-tudo. Deu o tom, definiu as armas e, portanto, não estão, nem ele nem o PT nem a candidata, na posse de autoridade moral para reclamar.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100723/not_imp585014,0.php


A Racialização do Brasil. E o fim da Mistura!

Os caçadores e o elefante

Por Demétrio Magnoli (http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100722/not_imp584600,0.php)

Dois dias atrás, no meio da tarde, em cerimônia no Palácio do Itamaraty, Lula sancionou a primeira lei racial da História do Brasil. São 65 artigos, esparramados em 14 páginas, escritos com o propósito de anular o artigo 5.º da Constituição federal, que começa com as seguintes palavras: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza." O conjunto leva o título de Estatuto da Igualdade Racial, uma construção incongruente na qual se associa o princípio da igualdade ao mito da raça, que veicula a ideia de uma desigualdade essencial e, portanto, insuperável. O texto anticonstitucional, aprovado em 16 de junho por um acordo no Senado, é uma versão esvaziada do projeto original. No acordo parlamentar suprimiram-se as disposições que instituíam cotas raciais nas universidades, no serviço público, no mercado de trabalho e nas produções audiovisuais. Pateticamente, em todos os lugares, exceto no título, o termo "raça" foi substituído pela palavra "etnia", empregada como sinônimo. Eliminou-se ainda a cláusula que asseguraria participação nos orçamentos públicos para os "conselhos de promoção da igualdade étnica", órgãos a serem constituídos paritariamente nas administrações federal, estaduais e municipais por representantes dos governos e de ONGs do movimento negro.
Mas o que restou é a declaração de princípios do racialismo. A lei define uma coletividade racial estatal: a "população negra", isto é, "o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas ou pardas". Dessa definição decorrem uma descrição racial do Brasil, que se dividiria nos grupos polares "branco" e "negro", e a supressão oficial das múltiplas identidades intermediárias expressas censitariamente na categoria "pardos". Implicitamente, fica cassado o direito de autodeclaração de cor/raça, pois o poder público se arroga a prerrogativa de ignorar a vontade do declarante, colando-lhe um rótulo racial compulsório. O texto funciona como plataforma para a edificação de um Estado racial, uma meta apontada no artigo 4.º, que prevê a adoção de políticas raciais de ação afirmativa e a "modificação das estruturas institucionais do Estado" para a "superação das desigualdades étnicas". A fantasia que sustenta a nova lei consiste na visão do Brasil como uma confederação de nações-raças. Nessa confederação o princípio da igualdade deixaria de ser aplicado aos indivíduos, convertendo-se numa regra de coexistência entre coletividades raciais. Os cidadãos perdem o estatuto de sujeitos de direitos, transferindo-o para as coletividades raciais. Se o Poder Judiciário se curvar ao esbulho constitucional, estudantes ou trabalhadores da cor "errada" não poderão apelar contra o tratamento desigual no acesso à universidade ou a empregos arguindo o princípio da igualdade perante a lei, pois terão sido rebaixados à condição de componentes de um grupo racial.

Nos termos do estatuto racial, que é um estatuto de desigualdade, a "população negra" emerge como uma nação separada dentro do Brasil. O capítulo I fabrica direitos específicos para essa nação-raça no campo da saúde pública; o capítulo II, nos campos da educação, da cultura, do esporte e do lazer; o capítulo IV, nas esferas do acesso à terra e à moradia; o capítulo V, na esfera do mercado de trabalho; o capítulo VI, no tereno dos meios de comunicação. O pensamento racial imagina a África como pátria da "raça negra". A nova lei enxerga a "população negra" como uma nação diaspórica: um pedaço da África no exílio das Américas. O capítulo III determina uma proteção estatal particular para as "religiões de matriz africana". A supressão do financiamento público compulsório para os "conselhos de promoção da igualdade étnica" e dos incontáveis programas de cotas raciais na lei aprovada pelo Senado refletiu, limitada e parcialmente, o movimento de opinião pública contra a racialização do Estado brasileiro. Uma vertente das ONGs racialistas interpretou o resultado como uma derrota absoluta - e pediu que o presidente não sancionasse o texto esvaziado. Surgiram até vozes solicitando uma consulta plebiscitária sobre o tema racial, algo que, infelizmente, não se fará.

O Ministério racial, que atende pela sigla enganosa de Seppir, entregou-se à missão de alinhar sua base na defesa do "estatuto possível". Para tanto reuniu pronunciamentos de arautos do racialismo, como o antropólogo Kabengele Munanga, uma figura que chegou a classificar os mulatos como "seres naturalmente ambivalentes", cuja libertação dependeria de uma opção política pelo pertencimento ao grupo dos "brancos" ou ao dos "negros". Na sua manifestação o antropólogo narrou uma fábula sobre os caçadores mbutis, da África Central, denominados pigmeus na época da expansão imperial europeia. Os caçadores de Munanga almejam abater um elefante, mas voltam para a aldeia com apenas três antílopes, "cuja carne cobriria necessidades de poucos dias". As mulheres e crianças, frustradas, contentam-se com tão pouco e não culpam os caçadores, mas Mulimo, deus da caça, a divindade desse povo monoteísta. Os caçadores voltarão à savana e, um dia, trarão o elefante.

A fábula é apropriada, tanto pelo seu sentido contextual como pelas metáforas que mobiliza. Ela remete a um povo tradicional, fechado nas suas referências culturais, que serviria como inspiração para a imaginária nação-raça diaspórica dos "afro-brasileiros". Os caçadores simbolizam as lideranças racialistas, que já anunciam a intenção de usar o estatuto racial para instituir, por meio de normas infralegais, os programas de cotas rejeitados no Senado. O elefante representa o Estado racial completo, com fartas verbas públicas para sustentar uma burocracia constituída pelos próprios racialistas e dedicada à distribuição de privilégios. Munanga não falou das guerras étnicas na África Central. É que o assunto perturba Mulimo e prejudica a caçada.

sábado, 17 de julho de 2010

SENHORES, JOVENS... RECUSEM!


SENHORES, JOVENS... RECUSEM!


Prof.ª Aileda de Mattos Oliveira


Membro da Academia Brasileira de Defesa


Afirmam os ideólogos da escravidão que vivemos numa “democracia socialista” (?), no entanto, despersonalizaram jornalistas de renome e emudeceram outros, intervieram em programas de entrevistas, deixando um apresentador, notório crítico dos militares e à “repressão aos órgãos de imprensa nos anos de chumbo”, numa situação de constrangimento, ao ter censurado o seu programa, justamente, neste regime democrático, à moda civil. Como poderia, agora, fazer acupuntura no governo dos “milicos” para satisfação da plateia de universitários que de História, bastava-se com as reminiscências do “comunicador” sobre “a época da ditadura”?


Tudo vem acontecendo sem que se ouça, mesmo num leve sussurro, a voz da Associação Brasileira de Imprensa. Ou se mantém curvada sob a pesada manopla da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (SECOM) ou vive em lua-de-mel ideológica com o chefe do órgão, outrora sequestrador. Como entidade representativa dos meios informativos, esperava-se uma atuação ímpar e não o silêncio estratégico da complacência.


Nunca é demais repetir que aqueles que se submetem a este simulacro de democracia são os contumazes repetidores dos senis chavões de “golpe militar de 64”, de “regime de exceção”, etc. O império da mentira vence pela sonegação da verdade, pela ausência de seriedade profissional, resultado da obediência das empresas jornalísticas ao índex da Corte, devido a privilégios publicitários. O império da mentira vence, também, pela acomodação de uma parte dos opositores deste governo fantoche, por não se manifestar, por expor seu descontentamento, unicamente, na estreita faixa dos amigos que propugnam as mesmas ideias. Por isso, parece que a voz de lá é mais alta do que a voz de cá.


Instala-se, assim, o contrassenso nos meios de informação, aceito pela maioria dos leitores-esponjas, que tudo absorve como verdade, aceitando o enquadramento que lhe impõem os jornais, não percebendo o boicote que a imprensa lhe faz em nome da proveitosa verba oficial.


O que os velhacos chamam de ‘liberdade democrática’, segundo o conceito sofístico deste governo fátuo, resume-se na orgíaca gastança da fazenda pública, a serviço do compadrio e da compra de consciências, desvinculados todos, intencionalmente, de seus deveres com a Nação. Democracia, no dicionário dos discípulos de Gramsci e idólatras de Fidel é, pois, a ascensão à burguesia, à elite, por conta dos otários pagantes de tributos, mas utilizando-se dos mesmos decrépitos discursos-clichês dos sindicatos de antanho. E os bolsistas acreditam! É esta a liberdade pela qual pegaram em armas e aterrorizaram em outros tempos, haja vista que um cofre que não era público já tinha, há muito, sido rapinado para butim da turma. Entre os mentores do assalto, a candidata da situação.


Se, por efeito da inquisição vermelha, os jornais ignoram os artigos contrários à política mesquinha do governo federal e as cartas dos leitores que não compactuam com esta “democracia” vigente no país, cabe-nos enrijecer a oposição sem nenhuma condescendência, sem nenhuma concessão, enquanto livre estiver a internet.


Senhores militares reformados que ainda não se manifestaram, recusem a mera permanência no recesso imposto por normas burocráticas. Segundo o Gen. Osório, a farda permanece na pele do militar, mesmo quando não mais a enverga. Senhores profissionais do magistério que têm respeito por si mesmos e por seus alunos, não se iludam e não os iludam, recusem livros capciosos, não permitam que os façam de intermediários da desordem intelectual gramscista. Jovens estudantes, recusem ser conduzidos pelas vãs promessas de conquistas fáceis, continuamente repetidas por mestres comprometidos com ideologias estranhas à índole brasileira. Assumam todos o teclado e o mouse e juntem-se àqueles que insistentemente clamam, nas suas mensagens, contra o estado em que se encontram as instituições nacionais.


Seus colegas da ativa não podem se manifestar. Seus colegas de escola ou de universidade sentem-se intimidados ou tímidos pelo desábito de manifestarem as próprias opiniões. Seus colegas universitários, caros jovens, enfeitiçaram-se pelas palavras que recheiam os “direitos humanos”, direitos que são naturais a todos nós em qualquer regime de liberdade e que serão cerceados se a balbuciante ventríloqua assumir. Nada é gratuito. O boleto da cobrança virá depois com uma alta conta a pagar. Integrem-se todos à oposição armada de palavras, indignada pelo rombo que a cambada de malfeitores está fazendo aos cofres da Nação, pelo conluio com o que há de mais pernicioso nas várias partes do mundo, pela entrega subserviente de nossas riquezas patrimoniais naturais e dos nossos troféus, conquistados à custa de muitas vidas no passado, pela distorção da história nacional nas escolas, que deveriam formar e não deformar.


Não podemos contar com esta sociedade inoperante que se autointitula ‘cordial’, por culpa do desvio de rota desta palavra, usada como emplastro para acalmar os ardores daqueles que exigem uma necessária e urgente defesa da soberania nacional.


O malfadado presidente sabe que o populacho nada lhe cobra e que a focinheira imposta à imprensa foi bem-apertada, portanto, só resta esta trincheira livre para o toque de alvorada. Ou preferem o toque de silêncio?


http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=1980

Ódio da semana destilado no Twitter! kkkkk

  1. Na Boa Prefeitinho do Pau no Cu dos Brasileiros, vc nem serve como um bolivariano kkkkkk Vai se matar vai Nem como vilão presta#BURACAJUNEWS
  2. Daniel DantasNa boa, Deputado-Festa-Precaju, TU devia é ser preso com esse desvio de verbas públicas descarado!#BURACAJUNEWS
  3. Daniel DantasAntes os fins dos 'côloios' e licitações fraudulentas das empresas de transporte. E livre e justa concorrência para melhorar o transporte...
  4. Daniel DantasNa boa, Foda-se UNE e seu movimento passe-livre. Vagabundos que não se preocupam com a qualidade do ensino!#BURACAJUNEWS